A infecção do trato urinário (ITU) é uma condição bastante comum que afeta pessoas de diferentes idades e gêneros. Entre os diversos fármacos utilizados no tratamento dessas infecções, a nitrofurantoína se destaca por sua eficácia, segurança e administração simplificada. No entanto, para garantir a máxima eficiência do medicamento e evitar possíveis efeitos adversos, é fundamental seguir a posologia correta recomendada pelos profissionais de saúde. Neste artigo, apresentarei um guia completo sobre a nitrofurantoína posologia, abordando suas indicações, modos de uso, precauções e demais informações essenciais para um tratamento seguro e eficaz.
O que é a nitrofurantoína?
A nitrofurantoína é um antibiótico utilizado principalmente no tratamento de infecções do trato urinário de vias baixas, como cistite aguda não complicada. Ela atua transmitindo agentes antimicrobianos que impedem a multiplicação de bactérias responsáveis pelas infecções, como Escherichia coli, Klebsiella spp. e Enterococcus faecalis.
Segundo o Ministério da Saúde, a nitrofurantoína é uma das primeiras opções para a terapêutica de infecções urinárias devido ao seu perfil de segurança e eficácia [Ministério da Saúde, 2020].
Mecanismo de ação
A nitrofurantoína funciona como um agente bactericida, interferindo na síntese de DNA, RNA e proteínas, levando à morte das células bacterianas. Por ser concentrada na urina, ela é altamente eficaz na eliminação de bactérias na bexiga, tornando-se uma excelente opção para tratar infecções de vias inferiores do trato urinário.
Indicações e contraindicações da nitrofurantoína
Indicações principais
- Infecções do trato urinário inferior agudas em adultos e adolescentes acima de 12 anos, incluindo cistite não complicada
- Profilaxia de infecções urinárias recorrentes em alguns casos específicos
Contraindicações
- Hipersensibilidade à nitrofurantoína ou a qualquer componente da fórmula
- Doença renal grave com taxa de filtração glomerular (TFG) inferior a 60 mL/min, devido à baixa concentração do medicamento na urina
- Deficiências de G6PD, pois pode causar hemólise
- Em gestantes próximas ao parto, especialmente no último trimestre, salvo contraindicação clínica específica
- Pacientes com insuficiência hepática grave, devido ao risco de toxicidade
Como deve ser usada a nitrofurantoína?
Forma de administração
A nitrofurantoína está disponível na forma de comprimidos ou cápsulas, usualmente de liberação imediata. Sua administração deve seguir rigorosamente a orientação médica ou a bula do medicamento para garantir segurança e eficácia.
Posologia recomendada
A posologia da nitrofurantoína varia de acordo com a condição clínica, idade, peso e função renal do paciente. A seguir, apresento as recomendações gerais para adultos com infecção urinária não complicada:
| Frequência | Dose | Duração do tratamento |
|---|---|---|
| 4 vezes ao dia | 50-100 mg | 5 a 7 dias |
Nota: Para infecções agudas, geralmente é prescrito um esquema de 50-100 mg a cada 6 ou 8 horas, com duração de 5 a 7 dias.
Caso de infecções recorrentes ou profilaxia
- Em certos casos, a dose pode ser ajustada, ou a duração do tratamento estendida sob supervisão médica.
- Para profilaxia, podem ser utilizados doses menores, como 50 mg ao dormir, por períodos prolongados.
Considerações importantes na posologia
- A administração deve ocorrer após as refeições para melhorar a absorção e reduzir possíveis efeitos gástricos
- Deve-se manter o tratamento pelo período prescrito, mesmo que os sintomas desapareçam antes
- É fundamental realizar acompanhamento médico para ajuste de dose ou duração, conforme necessário
Precauções e efeitos colaterais
Precauções durante o tratamento
- Avaliar a função renal antes de iniciar e periodicamente durante o uso, devido à sua eliminação renal
- Monitorar sinais de hipersensibilidade, como erupções cutâneas ou dificuldades respiratórias
- Pacientes com história de deficiências de G6PD devem evitar o uso, pois há risco de hemólise
- Evitar uso prolongado sem orientação, para não ocorrer toxicidade pulmonar ou hepática
Efeitos colaterais mais comuns
- Náuseas, vômitos e desconforto abdominal
- Urina amarela ou laranja, geralmente benigno e temporário
- Dor de cabeça e tontura
- Hemólise (especialmente em portadores de G6PD)
- Raramente, pode ocorrer neurotoxicidade, com sintomas como neuropatia periférica, especialmente em doses elevadas ou uso prolongado
Efeitos adversos graves
- Toxicidade pulmonar, com sintomas de dificuldade respiratória e febre
- Toxicidade hepática, manifestada por icterícia ou elevação de enzimas hepáticas
- Hemorragia hematológica, como anemia hemolítica ou leucopenia
Cuidados adicionais
Segundo a literatura médica, para evitar complicações, recomenda-se que o uso da nitrofurantoína seja restrito às indicações específicas e sob orientação médica. Não deve ser utilizada como primeira escolha em infecções complicadas ou em pacientes com disfunção renal grave.
Como armazenar a nitrofurantoína
- Manter em temperatura ambiente, entre 15°C e 30°C
- Proteger da luz e umidade
- Manter fora do alcance de crianças e animais de estimação
- Descartar medicamentos vencidos ou não utilizados de forma adequada
Considerações finais
A nitrofurantoína é uma ferramenta valiosa no combate às infecções do trato urinário, desde que utilizada de forma consciente e sob supervisão médica. A compreensão da sua posologia é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e minimizar riscos de efeitos indesejados. Lembre-se sempre de seguir as recomendações do profissional de saúde, respeitar a duração do tratamento e manter acompanhamento clínico adequado.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Qual a dose diária recomendada de nitrofurantoína para adultos?
A dose típica para adultos é de 50 a 100 mg, administrados 4 vezes ao dia, durante 5 a 7 dias. No entanto, a posologia exata deve ser definida pelo médico, considerando fatores como a gravidade da infecção e a função renal do paciente.
2. Posso tomar nitrofurantoína por mais de 10 dias?
A utilização de nitrofurantoína por períodos prolongados deve ser avaliada cuidadosamente pelo médico, devido ao risco de toxicidade pulmonar, hepática ou neurotoxidade. Em alguns casos específicos, ela pode ser prescrita por até 14 dias ou mais, mas sempre sob supervisão médica.
3. A nitrofurantoína é segura durante a gravidez?
Seu uso durante a gravidez, especialmente no último trimestre, pode representar riscos para o recém-nascido, como hemólise, em gestantes com deficiência de G6PD. Portanto, deve ser utilizado somente sob orientação médica após avaliação dos riscos e benefícios.
4. Quais efeitos colaterais mais comuns da nitrofurantoína?
Os efeitos mais frequentes incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, urina de cor amarela ou laranja, dor de cabeça e tontura. Efeitos raros, porém graves, podem envolver toxicidade pulmonar ou hepática.
5. O uso de nitrofurantoína interfere com outros medicamentos?
Sim, pode interagir com outros medicamentos, como sucralfato, que diminui sua absorção, ou certos diuréticos que aumentam o risco de toxicidade. É fundamental informar o médico sobre todos os remédios em uso.
6. Como saber se a infecção do trato urinário foi completamente tratada?
A resolução dos sintomas, como dor ao urinar, frequência excessiva ou sensação de queimação, geralmente indica melhora. Para confirmação, o médico pode solicitar exames de urina de controle após o tratamento.
Referências
- Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Guia de Vigilância Epidemiológica de Infecções do Trato Urinário. 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br
- Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Bula de nitrofurantoína. 2019. Disponível em: https://portal.anvisa.gov.br
- Katzung BG, Masters SB, Trevor AJ. Katzung & Trevor's Pharmacology Examination & Board Review. 12ª edição, McGraw-Hill, 2017.
- Jucá MJ. Anti-infecciosos e seus usos adequados. Revista Brasileira de Clínica Médica, 2018;16(2):134-140.
Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento com nitrofurantoína ou modificar a sua posologia.